Selene Castiel
A sala estava vazia de barulhos, mas cheia de tensão. Caius saiu pra resolver algo com o setor jurídico. Eu fiquei só.
Abri o notebook, esperando encontrar uma nova avalanche de e-mails corporativos... mas havia algo estranho.
Um e-mail com o campo do remetente em branco.
Assunto: Você não sabe de tudo.
Sem corpo de texto.
Só um anexo.
O coração acelerou. Um arrepio subiu pela espinha, do tipo que vem antes da dor.
“_donaC_última_gravação.mp4”
Abri. Contra todas as partes da minha sanidade que imploravam pra não fazer isso.
A imagem tremia, como se tivesse sido gravada com um celular escondido.
Minha mãe...
Magérrima.
Num leito.
O quarto era claro, mas a luz nos olhos dela era outra. Escura. Apagada.
E então... ela falou.
— “Eles disseram que era pra eu me calar. Que minha filha não poderia carregar o peso do nome... nem do sangue.”
Minha garganta travou. A gravação terminou. E junto dela… meu chão.
Toquei o teclado com mãos trêmulas.
Caius voltou, sentiu no ar.
— O que