Selene Castiel
O motor do carro desliza feito felino domesticado. Interior em couro preto, som ambiente baixo, ar-condicionado na medida. Um palco perfeito pro silêncio desconfortável entre duas pessoas presas num contrato com nome de casamento.
Caius senta ao meu lado, impecável. Camisa sob medida, blazer italiano, perfume caro. Ele sabe se portar. Sabe ser a imagem perfeita do homem que agora carrega meu sobrenome — mesmo que esse nome pese mais do que ele gostaria de admitir.
Eu dirijo. Porque, claro, sempre sou eu no volante.
— Pode falar. — minha voz rasga o silêncio. — Anda logo. Dá pra ver de longe que tá engasgado.
Ele nem pisca.
— Tá me levando pra trabalhar com você por quê? Castigo?
— Tô te colocando no lugar onde deveria estar. Ou você achou que casar com uma Castiel vinha só com cartão preto e tapete vermelho?
— Achei que vinha com o mínimo de respeito.
Dou uma risada seca. O sinal fecha. Paro o carro com um toque leve.
— Respeito não é item do enxoval, Caius. Se