POV Caius Varella
O ar cheirava a ferrugem e ameaça.
Pietro ainda sorria, o cigarro pendurado no canto da boca, como se fosse o dono da porra toda. Os homens de Vincenzo surgiram das sombras como se o próprio inferno tivesse aberto as portas.
— Então, irmãozinho... — ele zombou — vai abaixar a arma e conversar ou vai morrer tentando ser herói?
Eu respirei fundo. O colete sob a camisa colava na pele com o suor. Meus dedos não tremiam. Meus olhos, sim, ardiam.
— Eu vim só com uma pergunta — falei, baixo, firme. — Onde está a Selene?
— Ah, ela está bem... ou estava. Até ontem à noite. Vincenzo é um homem de princípios — Pietro respondeu, girando a faca que agora tirava do cinto. — Do tipo que gosta de tirar tudo de quem o decepcionou. E você, maninho, decepcionou o papai.
Vincenzo apareceu no alto da estrutura de ferro, como um imperador grego. A sombra dele caía direto em mim.
— Caius... — a voz dele ecoou, grave e teatral — Eu tinha tantos planos pra você. Um herdeiro legítimo. Um nome