O carro com som alto indicava que pessoas felizes haviam chegado. Célia, preocupada com Jéssica, correu para sinalizar que abaixassem o volume.
Hugo obedeceu. Juntou os três filhos na sala. Pensou em fazer um discurso direcionado a todos, mas entendeu que machucara cada um de forma diferente. Conhecia os filhos melhor do que a si mesmo.
Maria estava sentada com ar indiferente. Mastigava chicletes ruidosamente, mexia no celular e fazia uma bola. Um esforço enorme para ignorar a presença do amado pai.
Hugo sabia que precisava começar por ela. Ajoelhou-se, pegou o celular das mãos da menina e começou:
— Filha, eu te amo. — Beijou-lhe a mão. — Eu te amo. — Novo beijo. — Eu te amo. Me perdoa por ter deixado você acreditar que eu poderia te abandonar? Por ter te deixado triste?
Ele a olhava com sinceridade, o olhar carregado de culpa pelo próprio comp