A noite chegava, e pelos corredores das muralhas, os guardas não falavam de outra coisa. Comentavam, entre risos e sussurros, sobre a princesa: elogiavam sua beleza impecável, sua educação refinada, sua postura digna de rainha. Diziam que o príncipe era um sortudo por se unir a alguém tão perfeita — uma aliança que traria ainda mais prestígio e poder para o reino.
Na cela úmida, a jovem ouvia cada palavra como punhal. Seu coração, que um dia tentou se abrir para o amor, agora voltava a se enegrẹcer. A raiva pulsava, consumindo tudo por dentro. Dias, meses, anos se arrastaram. Torturas intermináveis, fome, correntes, humilhações. Mas nada mais a feria como antes. Nenhum corte, nenhuma corrente doía mais do que a traição, o abandono e sua falta de liberdade.
Então o Rei, velho e satisfeito com sua “justiça”, decidiu libertá-la. Seria seu último ato antes de abdicar do trono para que o filho governasse.
Conduzida para fora da cidade, pelo caminho estreito de um bosque, a jovem, exaust