P.D.V de Kaiden
Quando abro os olhos, percebo que estou deitado perto da minha mãe. Ela parece mais séria do que o habitual. Há uma expressão estranha em seu rosto — algo contido, difícil de decifrar. Aperto delicadamente sua mão, só para que saiba que despertei. Quando ela me olha de volta, vejo enfim o amor nos olhos dela — o mesmo amor de sempre, mas agora misturado com algo que parece medo.
Ela se lança sobre mim num abraço apertado, quase se jogando no meu peito. Respondo ao abraço na mesma intensidade, me aninhando em seu colo, sentindo o calor que só ela tem. Por um instante, deixo que meu corpo descanse ali, mas então me afasto devagar. Ainda me sinto estranhamente fraco, e há uma sensação esquisita — como se algo estivesse interferindo no elo da alcateia.
Respiro fundo, tentando entender, e peço a ela em voz baixa:
— Mãe, chama meu pai, por favor.
Ela assente, passando a mão pelos meus cabelos como fazia quando eu era criança — Ele já está vindo — avisa, a voz quase num