P.D.V de Kayla
Eu estava diante dele. A floresta ao redor era um poço de escuridão e frio. Não havia som, nem vento, nem vida — apenas ele e eu, presos num vazio sufocante.
Meus nervos estavam em frangalhos. Eu queria desaparecer, evaporar, sumir da existência. E foi ali que minha loba finalmente compreendeu: aquele homem não era nosso. A escuridão que exalava dele era palpável, sufocante, como se respirasse um ar envenenado. Quando testei o vínculo, o que senti foi um torniquete espiritual. Meu coração congelou no gesto. Era como abraçar a morte.
Apertei os olhos com força, tentando fugir. E quando os abri, já não estava mais ali.
Astéria surgiu diante de mim. Majestosa, solene. Estava sentada à beira de um lago prateado, e atrás dela erguia-se uma Lua colossal, tingida de escarlate — um tom vibrante de vermelho e laranja. Sentei-me ao seu lado, pequena e frágil diante de sua imponência.
Ela me olhou com olhos cheios de dor, e então chorou.
Lágrimas de sangue escorreram de seu rosto,