A luz âmbar do abajur deixava o escritório da vinícola com um ar quase onírico. As sombras dos grandes barris de vinho desenhavam formas abstratas nas paredes de pedra, e o cheiro amadeirado do carvalho misturado com o perfume do Scott ainda impregnava o ar. Eu estava ali, sentada no sofá, nua, com os joelhos abraçados e o coração completamente exposto.
Ele, à minha frente, sentado na poltrona antiga do meu pai, usava apenas a calça — ainda entreaberta. O peito nu subia e descia com a respiração lenta. Mas seus olhos... os olhos dele me observavam com algo que eu nunca tinha visto antes. Algo que me assustava e me atraía na mesma medida.
O silêncio entre nós não era desconfortável. Era denso. Carregado. Cheio do que tínhamos acabado de viver.
“Você tá bem?”, ele perguntou, com a voz baixa e rouca.
Assenti. “Tô… só tentando entender.”
Ele se inclinou para a frente, os cotovelos apoiados nos joelhos, os dedos entrelaçados. “Entender o quê? Que eu te amo.”
Respirei fundo. “Você… Scott, v