A cobertura de Dante, no coração de Manhattan, estava em modo “reunião de emergência”.
Gael jogou os tênis no canto da sala, Enzo trouxe duas garrafas de vinho caro que ninguém ia saber pronunciar, Lorenzo sentou no braço do sofá como se estivesse em terapia coletiva.
Dante?
De pé. Copo de uísque na mão. Olhar fixo na parede de vidro como se estivesse esperando uma resposta vinda do horizonte.
Foi Enzo quem começou:
— “Tá… então me explica, irmão. Que cara foi aquela que tu fez quando viu a Clara subindo com aquele cara?”
Dante virou o rosto devagar. Lento. Mortal.
— “Que cara?”
— “A cara de quem foi chutado por dentro.” — completou Lorenzo. — “Parecia que teu fígado doeu.”
Gael assentiu:
— “Aquela cara de leão vendo outro bicho marcar território.”
— “Vocês tão viajando.” — Dante rebateu. — “Era só o maquiador dela.”
— “Ah, o ‘maquiador’.” — Enzo enfatizou com aspas no ar. — “Aquele que tava de camisa branca aberta nos pulsos, perfume francês e a barba mais bem cuidada de