Entrei no meu quarto e fui direto para o chuveiro lavar a sensação de ter sido usada como uma prostituta que acabou de vender o seu corpo. Seria assim daqui para frente. Ele estava pagando e eu me vendendo. Não havia mais sentimentos.
Dormi com toda a minha mágoa naquela noite. Acordei outra mulher, mais fria e consciente talvez.
O conto de fadas se desmanchou. Não existia mais um príncipe, não existia mais a garota sonhadora do interior. Agora era só negócios. Eu sabia aceitar a condição a que Victor me colocou, de mulher interesseira, que se casou para voltar a ter seus bens de volta. A cada ano que estivesse casada com ele, um dos bens penhorados pela minha mãe ou pelo meu padrasto, voltava para mim. Com o casamento, a casa da cidade onde minha mãe morava já havia sido passado para o meu nome.
Desci as escadas e não vi Victor à mesa. Diana estava do lado da cabeceira curiosa.
— Bom dia, Diana! — eu disse me sentando.
— O patrão não desceu ainda senhor