O relógio na parede do escritório da advogada batia sem parar, cada tique-taque parecendo um lembrete constante do peso que Samuel sentia nos ombros. Era como se o tempo estivesse se arrastando, puxando-o para uma realidade que ele ainda não conseguia abraçar completamente. Ele havia enfrentado tantos obstáculos até aquele momento, mas o verdadeiro teste estava prestes a começar.
Samuel observava o envelope sobre a mesa. O papel grosso e a caligrafia formal, algo tão simples e tão importante, escondiam a chave para sua liberdade. Ao abrir, seus olhos correram pelas palavras, uma a uma, até finalmente encontrarem o nome que ele buscava: Eduardo Camargo. O pai que ele nunca conheceu. O homem que, por tanto tempo, tinha sido apenas uma sombra no seu passado.
"Você finalmente tem a resposta, Samuel", pensou ele, quase com um riso irônico. Mas, por mais que a verdade estivesse diante dele, ainda havia muitas perguntas sem resposta. Por que Eduardo o havia deixado no orfanato? O que real