A tarde se dissolvia em tons de dourado quando as duas deixaram a última boutique. As vitrines refletiam o brilho do sol sobre rendas e sedas, e o ar da rua carregava o perfume adocicado de flores e de perfume caro. Giovanna, impecável como sempre, caminhava com leveza, o salto ecoava ritmado na calçada enquanto Clara vinha ao lado, com o olhar um tanto perdido, e o coração batendo em descompasso.

O interior da última loja ainda pulsava na mente dela: o toque frio da seda nas mãos, o aroma de lavanda e veludo, e a pergunta de Giovanna, ainda martelava na sua mente: 

“ Só quero entender… Por que está vivendo esse inferno… e se o Lucca sabe.”

Agora, dentro do carro, o silêncio parecia vivo. As ruas iam fi