— Não precisa ter medo… eu não mordo. — disse Lucca, com a voz rouca e baixa, carregada de um humor quase preguiçoso. 

Um sorriso curvou seus lábios, um som grave escapou de sua garganta, uma risada contida, que reverberou no peito largo e pareceu preencher o quarto inteiro. O olhar dele, intenso e calculado, percorreu cada centímetro do rosto dela com uma mistura desconcertante de curiosidade e provocação. Havia algo de selvagem naquele olhar, não a ameaça de um predador, mas o fascínio de quem encontra algo que não entende e, justamente por isso, deseja descobrir.

Clara engoliu em seco, o coração batendo depressa demais.

— De-desculpe. — murmurou, sem ousar encará-lo.