Mundo de ficçãoIniciar sessãoO trovão ecoou de novo, e a casa pareceu estremecer com o som. Por um instante, ninguém respirou.
O vento uivava do lado de fora, empurrando as cortinas, fazendo as velas apagadas vibrarem sobre o criado-mudo. O perfume de cera, de vinho e de chuva formava uma névoa densa dentro do quarto.
O ar estava quente demais para o frio que vinha das janelas.
Lucca permanecia diante dela, como corpo grande ocupando o espaço com naturalidade perigosa. A luz do abajur desenhava sombras em seu rosto e acentuava o corte dos músculos úmidos por onde ainda deslizavam pequenas gotas de água. Clara o olhava apenas por frações de segundo, tempo suficiente para sentir o sangue ferver e o coração perder o compasso.







