O crepúsculo tingia o céu com um vermelho profundo, como se o próprio horizonte sangrasse pela ausência dela. Auren emergiu das sombras do castelo, seus olhos escuros e dilatados varrendo a floresta além das muralhas. Céline desaparecera — e com ela, algo dentro dele havia sido arrancado à força. O vazio que agora habitava seu peito era feito de fúria contida, medo sufocante e um desespero que ameaçava rasgar sua pele de dentro para fora.
Durante horas, vasculhou cada cômodo do castelo, cada corredor, cada fresta. Interrogou guardas, revirou registros, rompeu portas, mas não havia sinal dela. Nada. Como se tivesse evaporado. Nenhum vestígio, nenhum barulho, nenhum grito.
Mas o silêncio gritava mais alto do que qualquer alarme. Era impossível que ela simplesmente tivesse ido embora. Aquilo era um sequestro — e alguém ousara tocá-la. Levá-la.
Foi então que ele viu.
Pouco além da muralha de pedra, entre as árvores retorcidas, a terra molhada revelava marcas recentes — finas, paralelas, p