Capitúlo 6: A Filha do Vento.
Chovia quando atravessamos a fronteira invisível do antigo setor militar.
A cada passo, o barro agarrava-se às nossas botas como se tentasse nos segurar ali, como um aviso.
— Isso aqui não é só um lugar — disse Elyan. — É uma armadilha com memória.
Eu não respondi. A arma em minha cintura pesava diferente aquela noite. Como se soubesse que talvez fosse usada contra sangue da minha própria carne.
Iris.
Minha irmã morta.
Minha irmã viva.
Minha irmã inimiga?
Eu ainda não sabia.
Mas algo dentro de mim já estava gritando.
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O portão se abriu sozinho. Sem código. Sem esforço.
Era como se estivéssemos sendo esperados.
Entramos.
O lugar não era mais um centro de pesquisa. Era uma catedral tecnológica.
Telas por todos os lados. Cabos correndo como serpentes. E no centro… ela.
Iris Marek.
Sentada como uma rainha num trono de ferro e vidro. Vestida de branco. Os cabelos curtos. Os olhos… iguais aos meus, mas sem alma.
— Finalmente chegaram — disse ela, sem se levantar.
Minha boca se abriu, mas