Jason
O flash da câmera estourou no fundo do meu campo de visão, mas o que me cegou de verdade foi a cena diante de mim.
Clara estava sorrindo — aquele sorriso tenso, típico dela quando quer manter a pose mesmo desconfortável. E ali estava ele: Gabriel. Terno alinhado, olhar pretensioso, e uma confiança imbecil que me deu náusea. E então ele fez.
Encostou o rosto demais. Aproximou os lábios dos dela. E antes que Clara pudesse recuar completamente, ele selou sua boca num beijo rápido e completamente fora de contexto.
Não foi um beijo de casal. Foi uma provocação.
O estalo dentro do meu peito foi imediato. Como um incêndio que começa por dentro das costelas e explode nos punhos.
— Filho da puta... — murmurei, já atravessando o salão com os olhos cravados nele.
Clara o afastou na mesma hora, empurrou Gabriel com as duas mãos, visivelmente irritada. Eu consegui ouvir sua voz, mesmo no meio do barulho:
— Você passou dos limites, Gabriel!
Mas ele riu. Ele riu. A porra de um sorriso presunç