Clara
O restaurante era pequeno, elegante, com uma luz âmbar e trilha sonora suave. Mas nada daquilo combinava com o caos que era estar sentada de frente para Jason depois do dia que tivemos.
Ele não falou muito no caminho até lá. Só me lançou olhares longos demais, intensos demais, e agora, sentado à minha frente, segurava a taça de vinho como se cada gole o impedisse de dizer tudo que queria.
— O que estamos fazendo aqui? — perguntei, sem rodeios.
Ele ergueu os olhos, apoiando os cotovelos na mesa.
— Tentando nos lembrar do que é estar só nós dois. Sem gelo, sem terceiros, sem competição. Só eu e você, como sempre foi.
— E sem ciúmes? — arqueei a sobrancelha.
Jason soltou um sorriso curto, quase amargo.
— Impossível não sentir ciúmes de você, Clara. Principalmente quando outro homem te olha como se fosse dono do que é meu. E quando se tratar de você, eu jamais me cansarei de provar que você é minha.
— Eu não sou de ninguém. — rebati firme, mesmo sabendo que aquela frase nunca foi