POV Zion Bellini
A noite tem cheiro de álcool e cigarro queimado. A rua está viva, pulsando, cuspindo gente bêbada pra todo canto. Mas, para mim, é tudo mudo. Eu caminho como se meu corpo fosse uma casca vazia. O passo arrastado, os ombros pesados. Cada farol piscando parece zombar de mim. Cada risada que ouço é uma facada, lembrando que o mundo continua girando, mesmo sem ela aqui.
Entro no bar mais sujo que encontro. A porta range, me recebe como um abraço sujo. O cheiro de álcool me invade as narinas, me queima por dentro.
— O de sempre. — falo pro barman, mesmo que eu nunca tenha vindo aqui. Ele não questiona.
O primeiro gole rasga minha garganta. O segundo me anestesia. O terceiro começa a me apagar.
Meus olhos vagam pelo balcão. Um casal se beija com tanta pressa que parece que o mundo vai acabar amanhã. Um grupo ri alto, brindando alguma piada interna. Uma mina me olha. Eu desvio. Não quero ninguém. Eu só quero ela.
Sinto meu celular vibrar no bolso. Puxo.
Nada.
Só um aviso inú