POV ALICE KIM
A porta bateu atrás de nós com um baque surdo.
Zion largou a mochila no canto da sala, os ombros pesando como se carregasse o mundo. Talvez carregasse mesmo.
Eu fechei a porta. Tranquei. E me encostei nela.
Silêncio.
A sala escura, os resquícios do dia ainda pairando no ar, misturados com o cheiro dele, do sangue seco, do cigarro dos outros no corredor da delegacia.
Ele se sentou no sofá como quem se j**a num abismo.
— Eu devia ter deixado ele me provocar. Só isso. — murmurou. — Devia ter engolido. Me calado.
— Mas você não é assim.
— E é por isso que eu acabo sempre aqui. Na merda. Com você vendo tudo.
— Eu tô vendo porque tô aqui. — fui até ele. Sentei ao lado. — Eu tô aqui porque alguém precisa lembrar você que ainda existe… alguma coisa dentro de você que não é destruição.
Ele riu. Um riso vazio.
— Você sempre fala como se tivesse certeza disso.
— Porque se eu duvidar... a gente acaba mesmo.
Silêncio de novo.
Ele encostou a cabeça no encosto do sofá. Fe