Zion Bellini
Me afastei da janela devagar, como se meu próprio corpo precisasse de tempo pra digerir o que tinha acabado de ver.
Alice sorrindo pra aquele cara.
Alice aceitando carona de um estranho de terno e charme importado.
Alice… sendo gentil. Suave. Rindo.
Com ele.
Minha mandíbula ainda doía de tanto travar. Mas me obriguei a respirar fundo e fingir. Fingir calma. Fingir que não me importava. Fingir que não estava dois segundos de colocar esse inglês de terno embaixo do carro dele.
Me joguei de novo no sofá, dessa vez com a postura mais relaxada que consegui forçar. Peguei meu celular, abri qualquer app só pra ocupar as mãos. Fiquei ali, de pernas esticadas, como se a vida estivesse perfeita e o mundo não estivesse em chamas.
A porta se abriu.
O som dos passos dela no corredor foi como chicote na minha pele. Eu sabia reconhecer. O jeito leve, despretensioso… mas hoje vinha com um toque diferente. Meio tenso. Meio culpado?
Ela apareceu no batente da sala.
— Oi… — disse, colocan