Alice Kim
A tarde na escola foi... longa.
Crianças correndo, tintas voando, uma em mini colapso porque o pincel caiu no chão e, aparentemente, isso é motivo de luto em escala infantil.
E eu? Eu só conseguia pensar numa palavra: Zion.
A casa me esperava. Ele me esperava. E eu… fugi.
Não literalmente — ok, talvez literalmente. Mas eu precisava de ar, precisava lembrar como era respirar sem sentir o cheiro dele grudado na pele.
Peguei o caminho da praça. Aquela do centro, com bancos de pedra e uma sorveteria que sempre tinha fila.
Comprei um casquinha de chocolate com flocos e me sentei debaixo da sombra de uma árvore.
As crianças ao redor corriam. Casais riam. Pombos discutiam pão no chão.
E eu ali. Sozinha. Fingindo que estava bem. Fingindo que não tinha um homem tatuado vivendo na minha cabeça como um hacker do meu juízo.
Tomei um pouco do sorvete, respirei fundo, olhei pro céu.
E então, sem nem pensar, puxei meu caderninho da bolsa. O de esboços. O mais velho. Aquele que eu só uso qu