CHIARA
Por mais que eu queira acreditar que Eros possa ter sido vítima de uma armação, as imagens que vi naquela matéria ficam vindo o tempo inteiro na minha mente, como um filme.
Ele volta com a compressa de gelo e Atlas se despede.
Eros se senta na cama.
— Pode deixar que eu coloco — falo, fria.
— Chiara, eu só quero cuidar de você. Me deixa fazer isso?
Eu não retruco, ele entende como um consentimento e coloca a bolsa de gelo na minha cabeça.
— Ai... — protesto quando o gelo encosta no hematoma inchado.
— Desculpa, vou fazer mais devagar.
Percebo que Eros está me olhando, mas não consigo manter o contato visual.
— Desculpa por estar te fazendo passar por tudo isso — ele fala, parece sincero, mas dessa vez é difícil acreditar.
— Está falando da Grécia, novamente?
— Sim. Da Grécia, de não ter te contado assim que cheguei na Itália e do acidente.
— Então isso é uma confissão de culpa?
— Chiara, eu não tenho como provar ainda, mas sei que fui drogado. Eu só fui até aquele lugar porq