Alguns meses haviam se passado desde a última visita da Manu. Nossa Olívia já estava com pouco mais de um ano e ficava cada vez mais linda. Sua semelhança comigo era impressionante. Eu me dedicava cada vez mais ao trabalho e já havia feito várias amizades dentro do hospital.
Pela cardiologia ser uma área quase inteiramente composta por homens, eu sofria algumas discriminações de certos colegas, mas geralmente preferia ignorar. No entanto, havia um deles que se tornou insuportável para mim.
Já tinha ouvido comentários repugnantes sobre a forma como ele tratava algumas subordinadas, e, para mim, pior do que ser discriminada por ser mulher, era sofrer assédio exatamente pelo mesmo motivo.
Isso eu jamais admitiria — nem comigo mesma, nem com nenhuma subordinada sob minha responsabilidade.
Eu estava iniciando uma cirurgia cardíaca quando aquele idiota entrou na minha sala sem qualquer convite e tentou assumir a liderança do procedimento, alegando ser mais competente e médico mais antigo do