Camila
O silêncio que se instalou depois da declaração de Helena parecia pesar sobre nós como uma tempestade prestes a desabar. Eu podia ver a batalha interna que ela travava. Seus olhos, ainda fixos nos bebês, estavam cheios de dúvidas, mas também de algo que eu reconheci de imediato: ternura.
Camila foi a primeira a quebrar o silêncio, sua voz suave, mas cheia de emoção.
— Helena, isso não é algo que você precisa decidir agora. Mas… olha para eles. Ela ajeitou a pequena menina nos braços, que soltou um suspiro profundo e se aconchegou mais contra ela.
— Eles precisam de alguém que os ame.
Eu me aproximei e me abaixei ao lado de Helena, que ainda estava sentada no sofá. Meu olhar se encontrou com o dela, e eu vi que ela já tinha tomado uma decisão, mesmo que ainda não estivesse pronta para admitir.
— Você tem um coração enorme, Helena. E eu sei que você não conseguiria simplesmente virar as costas para eles.
Ela soltou um suspiro trêmulo e passou a mão pelo rosto.
— Eu… eu só não