Aos olhos de Mason, eu nunca estava à altura de Serena.
Mesmo quando meus enxertos de pele foram rejeitados e parecia que formigas me devoravam viva, ele descartava minha dor como se fosse apenas uma coceira, e me deixava para ir consolar Serena por sua "dor de cabeça".
Sempre que eu dizia não a qualquer coisa, ele retrucava que eu não era digna de ser Luna.
Ele chegou a transformar nosso anel de noivado em um acessório para o vestido de Serena.
No meu aniversário, ele foi embora enquanto eu ainda fazia um desejo, só para consertar o encanamento da Serena.
Esqueceu nosso aniversário e, em seguida, comprou passagens de avião e levou Serena para a costa.
Tudo isso desfilava em minha mente, claro como se estivesse acontecendo agora. Eu deveria ter me libertado há muito tempo.
Enquanto saía, ouvi-o falando mal de mim:
— Ela está sendo ridícula! Serena, nem se preocupe com ela.
Naquela noite, ele me enviou uma mensagem:
— Cora, não fique brava. Você está prestes a se tornar Luna. Tente ser razoável.
Fitei a tela por um longo tempo.
Tudo bem. Eu seria razoável. Se ele não queria que eu fizesse parte da vida dele, eu concederia seu desejo.
No dia da cerimônia, vesti o vestido de noiva, embora não fosse o aleatório que eu tinha pegado na loja.
Pouco antes de sair, Mason me ligou:
— Serena esqueceu a pulseira. Vou levá-la para casa para buscá-la. Você vai direto para o local. — Disse ele ansioso.
— Certo. — Respondi calmamente.
Meu tom tranquilo o fez hesitar.
— Você está chateada?
— Não.
Embora um turbilhão de sentimentos o agitasse, sua mente estava com Serena, então desligou sem insistir.
Entre soluços, Serena disse:
— Desculpe. Foi minha culpa, mas essa pulseira realmente significa muito para mim.
— Está tudo bem. — Mason a acalmou. — Não é sua culpa.
Ao lembrar de como eu soara estranhamente calma, ele sentiu uma pontada de inquietação. Dirigia distraído e passou vários semáforos vermelhos.
A cerimônia estava marcada para o anoitecer, mas o sol se pôs e eu ainda não havia aparecido.
Mason e Serena correram para Bosque dos Vaga-lumes. Quando ele não me viu, seu rosto se endureceu, tomado pelo pânico.
A pior possibilidade lhe ocorreu: talvez eu não soubesse que ele havia mudado o local.
Ligou para mim repetidas vezes, mas todas as chamadas foram direto para o correio de voz.
Suas mãos começaram a tremer, e o suor escorria pelas têmporas.
Finalmente, a ligação conectou.
— Cora, onde você está? — Ele disparou. — Estamos prestes a começar.
Em Baía do Luar, observei a lua espalhar uma estrada prateada sobre a água. Era linda.
— Minha cerimônia também está prestes a começar. — Disse suavemente.