Capítulo 3
No dia seguinte, Mason e eu dirigimos até a loja de noivas para escolher meu vestido de casamento. O caminho todo foi em silêncio.

Em um semáforo vermelho, Mason bateu levemente no volante, olhando para mim e depois desviando o olhar.

Mantive o rosto virado para a janela.

Finalmente, ele quebrou o silêncio:

— As flores estão incríveis neste verão. Aposto que a floresta deve estar ainda mais bonita.

Como não respondi, ele acrescentou:

— Dizem que Bosque dos Vaga-lumes está cheio de vaga-lumes este ano. Casais que se marcarem lá receberão a bênção mais doce da Deusa da Lua.

— Ah. — Murmurei.

Um clima estranho se instalou. Ele tentou de novo:

— A marcação só acontece uma vez. Você não quer um lugar que tenha mais significado?

Franzi a testa.

O lugar onde nos conhecemos pela primeira vez, onde quase perdi a vida, valia menos para ele do que um ponto que Serena mencionou de passagem.

— Não consigo pensar em um lugar que tenha mais significado que Baía do Luar. — Disse eu.

Ele assentiu com rigidez.

— Você tem razão.

Virei-me para ele e perguntei:

— Tem mais alguma coisa que queira me dizer?

Era a última porta que eu ainda estava disposta a abrir para ele, uma última chance de ser honesto.

Seus dedos apertaram o volante.

— Não. Você lida bem com as coisas. Confio em você.

O frio se instalou no meu peito. Ele ainda não diria.

A partir daquele momento, nada que ele dissesse teria importância.

Quando chegamos à loja de noivas, fui direto para os cabides.

Mason pairava ao redor, sem parar de falar:

— Cora, olha este. Imagine os vaga-lumes flutuando ao seu redor. Seria deslumbrante!

Nesse instante, uma voz familiar se aproximou por cima do meu ombro:

— Mason, você está ajudando a Cora a escolher um vestido de noiva?

Serena surgiu, toda olhos brilhantes e surpresa.

— Que coincidência! Cora, você também está aqui.

Uma vendedora correu com um sorriso:

— Senhorita, está procurando um vestido?

Serena ergueu o queixo.

— Mason já contratou o melhor estilista para fazer meu vestido. É único, com a Pedra da Lua Azul como peça central.

Mason pigarreou, sinalizando para Serena ficar em silêncio.

Fingi não ouvir. Escolhi um vestido simples do cabide e entreguei à vendedora.

— Este. Por favor, embale.

— Quer experimentar? — Perguntou a vendedora.

— Não. Tenho outro compromisso.

Serena imediatamente entrou no papel de inocente:

— Está chateada porque estou aqui? Posso ir embora.

Mason segurou seu pulso.

— Não! Não vá embora!

Então, virou-se para mim:

— Você pode parar de ser tão mesquinha? Está prestes a se tornar Luna. Chega de atitude!

Ele a segurava pelos ombros, como se a reivindicasse para si.

— Estou enterrado em trabalho da alcateia o dia todo e volto para casa com seus humores. Você não é o sol! As pessoas não precisam orbitar você!

Serena murmurou:

— Mason, vai com calma. A Cora ainda está se recuperando.

Ele estourou sem pensar:

— Ela mesma fez isso!

As palavras caíram mais pesadas do que o fogo jamais caiu sobre mim.
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