O hospital parecia calmo à primeira vista. As luzes fluorescentes acesas, o som rotineiro de monitores e conversas abafadas ecoando pelos corredores, os enfermeiros caminhando com suas pranchetas em mãos. Para quem observava de fora, era só mais uma noite comum.
Aquela calmaria estava prestes a acabar porque Samantha estava ali. Ela traria o caos.
Escondida sob o capuz preto de um casaco que não usava há anos, sentada em um banco de espera no térreo do hospital, misturada entre os visitantes comuns, ninguém a notava. Ninguém desconfiava. Aprendeu a se camuflar, a desaparecer, mesmo estando no centro de tudo.
Nos olhos, óculos escuros grandes demais para o horário. No rosto, a expressão vazia de uma mulher que já não pertencia à própria realidade.
Enquanto fora ela estava em frangalhos, por dentro sentia… poder. Um poder sombrio e silencioso, queimando em seu peito como brasa viva.
Havia passado a noite anterior em claro. Sem comer. Sem dormir. Sem respirar direito.
Seu apartamento es