“Minha vingança tem nome, mas meu coração também — e ambos me destroem.” — Fernando Torrenegro
🖤
A noite tinha cheiro de pólvora e ferrugem.
Não era novidade. Eu vivi tanto tempo dentro dessa atmosfera que o ar limpo, quando vem, me parece estranho. Os homens me esperavam no armazém abandonado, a alguns quilômetros da mansão. Fieles, alguns. Outros, apenas oportunistas. Mas todos sabiam quem eu era. Fernando Torrenegro não precisa de apresentações.
— Está feito — disse Enrique, jogando sobre a mesa uma pasta grossa. — O rastreio dos negócios de Castilho confirma: ele está se preparando para mover dinheiro para fora. Uma retirada limpa.
Senti o sangue pulsar mais rápido.
Castilho nunca foi cuidadoso. Se está retirando valores, é porque pressente que algo o cerca. Talvez eu.
Abri a pasta e vi documentos, transações e nomes de cúmplices. Números que gritavam. Cada cifra e cada assinatura era mais um prego no caixão que eu preparava para ele.
Mas enquanto meus olhos percorriam aquelas p