O amanhecer em Havenwood nunca pareceu tão cinzento e pesado. O sol se esgueirava por entre as montanhas, mas a luz que chegava à floresta parecia fraca, incapaz de aquecer a terra recém-revolvida. Lívia e Kael ficaram na clareira por horas, em silêncio, de mãos dadas, observando a cova onde Silas agora descansava. A dor do luto era um peso físico em seus ombros, uma névoa densa que obscurecia a alegria de sua união. Eles haviam encontrado o amor, mas a um custo terrível. O sacrifício de Silas, o lobo solitário, não era apenas um ato de heroísmo, mas um eco amargo do destino que, de alguma forma, sempre exigiria algo em troca.
Lívia sentia uma conexão estranha e poderosa com Silas, mesmo na morte. Aquele homem, que a havia amado em silêncio e lutado por ela com ferocidade, agora era parte da floresta, parte da lenda que ela estava a viver. O seu sacrifício tinha sido um presente para ela e para Kael, uma prova de que a lealdade e o amor podiam superar até mesmo a mais profunda das ama