ROSÁLIA DUARTE
Eu já estava vestida com o meu conjunto de alfaiataria branco, sentada na beirada da cama king size que eu me recusei a ocupar. Meus cabelos estavam úmidos, pingando levemente nas costas do blazer, e eu apertava a alça da minha bolsa como se fosse uma arma.
A adrenalina do susto na piscina tinha baixado, dando lugar a irritação.
A porta do quarto se abriu.
Celso entrou. A gravata tinha sumido, o colarinho estava aberto de um jeito desleixado e havia uma tensão na mandíbula dele que fazia um músculo saltar ritmicamente.
Ele parou, me olhando. Seus olhos verdes varreram meu corpo, verificando.
— Ele foi embora. Rosália, eu...
Levantei a mão, interrompendo o pedido de desculpas.
— Não precisa. Só me diga que a segurança desse prédio vai ser reavaliada, porque ter um estranho me agarrando na piscina não estava na descrição da vaga.
Celso soltou o ar pesadamente, passando a mão pelo cabelo.
— Ele não é um estranho. Infelizmente. Mas isso não vai se repe