CRISTINA SANTIAGO
O gosto amargo do vômito ainda persistia, mesmo depois de escovar os dentes duas vezes. Enxaguei a boca novamente, o frescor da menta uma fraca tentativa de apagar a náusea física e moral que me consumia. Apoiei as mãos na pia, olhando meu reflexo pálido no espelho. Eu parecia doente. A imagem chocante de Vicente Ross beijando a própria irmã era demais pro meu estômago. O mundo em que eu havia entrado era mais sombrio e distorcido do que eu jamais poderia ter imaginado. Preciso esquecer todos esses pensamentos.
Respirei fundo, tentando me recompor. Ouvi uma batida leve na porta.
— Cristina? Você está bem?
— Sim — respondi, um pouco rouca. — Só preciso de um minuto.
Quando abri a porta, o encontrei parado no corredor. Ele me estudou por um momento e seus olhos percorreram meu rosto.
— Você está pálida — ele constatou, simplesmente e estendeu a mão para gentilmente afastar uma mecha de cabelo que havia grudado na minha testa úmida.
— A notícia foi... chocante — murmur