CRISTINA SANTIAGO
"Parabéns, mamãe. Ele será lindo, não acha?"
Um arrepio gelado subiu pela minha espinha.
— Cris? O que foi? O que aconteceu? — A voz de Rosália me trouxe de volta à realidade turva do café. Ela estava limpando o chá derramado com guardanapos, os olhos arregalados de preocupação.
Não consegui falar. Apenas virei o celular para ela.
Ela leu a mensagem. A cor sumiu de seu rosto.
— Puta. Que. Pariu. — sussurrou ela, com os olhos fixos na tela. — Quem...? Como...?
— Eu não sei — consegui dizer. — Precisamos ir. Agora.
— Ir para onde? Para a delegacia? Para o FBI? Para a Batcaverna? Que tipo de psicopata rouba teste de gravidez?
— Vou para a única pessoa que pode fazer alguma coisa. — Levantei-me, com as pernas tremendo. — Preciso ir para casa. Preciso contar ao Ethan.
Rosália se levantou também.
A ironia da situação era quase cômica. Eu, que passei a última semana planejando como e quando contar sobre a gravidez, agora estava correndo para contar, não por escolha, mas por