76 - Ele parece... feliz
CRISTINA SANTIAGO
Saí do banheiro como um fantasma, o pequeno bastão de plástico branco seguro em minha mão trêmula como se fosse uma arma. A cor havia sumido do meu rosto. Eu podia sentir. O chão pareceu ondular sob meus pés.
Rosália levantou-se da cama no instante em que me viu, a expressão de esperança em seu rosto murchando ao ver a minha.
— Deu positivo — sussurrei, e as palavras, ditas em voz alta, tornaram o pesadelo real.
Num segundo, ela estava me envolvendo em um abraço apertado. Deixei-me afundar nela, o corpo mole e a cabeça apoiada em seu ombro. O cheiro familiar era a única coisa estável em um mundo que havia acabado de virar de cabeça para baixo.
— Ok... ok... — ela murmurava, afagando meu cabelo. — Está tudo bem. Nós vamos dar um jeito. Está tudo bem.
Ela me guiou até a cama e me fez sentar. Minhas pernas cederam de bom grado. Ela então se virou, pegou a caixa da confeitaria, abriu-a e tirou um macaron rosa brilhante.
— Coma um docinho — disse ela, gentil, como se est