CRISTINA SANTIAGO
O som da porta da frente batendo com força foi uma marcação violenta para o fim abrupto da nossa trégua. Fiquei sentada à mesa, encarando a xícara de café à minha frente.
A mudança de humor dele me deixou chocada. Eu me sentia exausta, como se tivesse corrido uma maratona antes mesmo das nove da manhã.
— Uau. Pelo som, acho que o ogro saiu do castelo.
Virei a cabeça e vi Rosália parada na entrada da sala de jantar. Ela usava um dos pijamas de seda que encontramos no closet e bocejou, espreguiçando-se antes de vir em minha direção e se sentar na cadeira que Ethan acabara de abandonar.
— Bom dia, flor do dia — disse ela, pegando um croissant da cesta. — Por que a cara de enterro?
Um sorriso fraco tocou meus lábios.
— Briguei com Ethan.
Rosália deu uma mordida generosa no croissant, mastigando pensativamente.
— Deixa eu adivinhar. Você fez algo errado?
— Eu não fiz nada! — protestei, sentindo-me ultrajada.
— Eu só estou tentando convencer o home