ETHAN PETTERSON
Divorciar. Que palavra absurda.
Observei o fogo em seus olhos, a forma como seu peito subia e descia com a respiração agitada. Cristina estava magnífica em sua fúria. E completamente iludida. A diversão que eu sentia há poucos segundos se dissipou, substituída por irritação, a mesma que sinto quando um negócio promissor encontra um obstáculo burocrático inesperado. Esse era um problema a ser resolvido.
— Outras pessoas podem se divorciar, Cristina. — Minha voz saiu calma e racional. O contraponto necessário para a histeria dela. — Mas nós, não.
— E por que não?
Inclinei a cabeça, oferecendo-lhe a explicação mais simples e honesta que existia:
— Porque eu não quero.
Para mim, a lógica era nítida. Minha vontade era o fator determinante. A expressão no rosto dela, no entanto, me disse que ela ainda não havia compreendido essa verdade fundamental sobre a nossa relação.
Com um suspiro de enfado, levantei-me da cama. O lençol escorregou e eu o ignorei vestindo minha cueca.