ETHAN PETTERSON
DOIS MESES DEPOIS...
Os meus dias eram preenchidos de uma paz que eu jamais imaginei ser merecedor.
O tempo na Mansão Petterson havia assumido um ritmo diferente, ditado não pelos índices da bolsa de valores ou pelas crises internacionais, mas pelo crescimento exponencial da barriga da minha esposa. Cristina estava agora no oitavo mês. Ela não apenas caminhava, ela desfilava por aí de uma forma que me deixava, simultaneamente, apavorado e maravilhado.
Eu estava terminando de dar o nó na gravata em frente ao espelho do closet quando ela apareceu na porta. Ela usava um vestido de maternidade rosa, profissional, mas confortável, e segurava a barriga com aquela naturalidade automática que se tornara sua marca registrada.
Dante Matteo não era um inquilino silencioso. Ele era um jogador de futebol, um baterista de heavy metal e, ocasionalmente, um praticante de artes marciais, tudo ao mesmo tempo.
— Bom dia, papai — ela disse, encostando-se no batente. O rosto dela estava um