ETHAN PETTERSON
O dia deveria ter sido perfeito. Deveria ter sido o primeiro dia do resto de nossas vidas felizes.
Mas havia uma rachadura. Uma quase imperceptível linha de tensão que eu sentia vibrar sob a pele de Cristina toda vez que eu me aproximava.
Percebi no café da manhã. Quando toquei a mão dela para pegar um talher, ela recuou. Eu vi no almoço, que fiz questão de buscar no restaurante favorito dela e trazer para casa. O sorriso dela estava lá, brilhante e lindo, mas não chegava aos olhos. Havia uma vigilância naqueles olhos castanhos que não estava lá ontem à noite.
Será que fui eu?
Passei a tarde no meu escritório, com a porta aberta, observando o corredor. A culpa roía minhas entranhas. Talvez eu tivesse sido bruto demais ontem à noite. Talvez o "Eu te amo" tenha sido demais, afinal. Ou, pior... talvez uma daquelas malditas lembranças tenha voltado para assombrá-la.
Não importava. Eu não podia deixar essa distância prosseguir.
Preciso de um gesto. Algo grande. Algo que gr