CRISTINA SANTIAGO
Ao meu lado, Ethan dormia profundamente. O braço dele, pesado e quente, repousava sobre a minha cintura. A respiração dele batia na minha nuca, rítmica e pacífica.
Com muito cuidado, levantei a mão dele. Deslizei para fora do abraço dele, centímetro por centímetro, segurando a respiração. O colchão se moveu levemente quando me afastei, e ele resmungou algo antes de relaxar novamente.
Saí da cama. O chão estava frio e foi um choque de realidade contra as solas dos meus pés.
Encontrei o robe de seda no chão. A visão da peça me causou náuseas. Horas atrás, eu me senti uma deusa vestindo aquilo. Agora, eu me sentia uma tola.
Vesti o robe, cruzando-o firmemente sobre o peito e amarrando o cinto com força. Saí do quarto silenciosamente, deixando a porta encostada. Desci a escadaria e cheguei à sala de estar.
Abracei meu próprio corpo, tremendo. Minha mente estava uma bagunça. As memórias até o acidente colidiam violentamente com as memórias das últimas duas semanas.
Me l