46. É Hora De Pensar Em Mim
“Ann Sterling”
Chego em casa às seis e meia, exausta após um dia inteiro tentando decifrar o humor do Nathan.
A ordem de jogar as flores no lixo, a viagem em cima da hora, a maneira como ele reagiu quando me ouviu marcar aquele jantar…
Se não fosse ele, eu juraria que tudo isso era ciúme.
Abro a porta, ainda segurando as flores, quando ouço vozes alteradas vindas da sala.
Margareth e meu pai estão discutindo, e pelo tom, não é nada bom.
— Ann! — meu pai me chama assim que me vê. — Venha aqui. Precisamos conversar.
Suspiro, largando tudo no sofá. Margareth está sentada com os braços cruzados, claramente contrariada.
— O que foi agora? — pergunto, cansada.
— Surgiu uma oportunidade — meu pai começa, animado. — O rapaz lá da obra está vendendo um carro. Uma pechincha. Só quinze mil dólares.
— Um carro? — repito, incrédula. — Pai, por que o senhor precisaria de um carro?
— Para não depender de transporte público — Margareth se adianta. — Para ter dignidade.
— E como exatament