O tapete de palha ainda nem tinha sido recolhido quando Charlotte foi coroada oficialmente Dama da Lama.
Recebeu a faixa, o porquinho costelinha com laço rosa nos braços e — o prêmio mais desejado — um beijo de Bento, bem no meio da testa, que arrancou suspiros da plateia.
Todo mundo aplaudia, gritava, jogava pétalas de flor e pipoca pro alto, numa mistura de festa de igreja com rodeio.
Mas do canto… surgiu ela.
Clemilda.
Possessa.
Chorando, bufando, tremendo os cílios postiços.
— Como podem permitir que essa daí ganhe? — gritou. — Ela nunca vai saber o que é acordar cedo, ir pra escola na chuva, na lama, com fome! Ela não nasceu na humildade!
Zuleika se levantou com elegância e respondeu.
— A humildade, minha filha, não nasce. Se conquista com o tempo, vivendo… e aprendendo.
Clemilda bateu o pé, jogou o cabelo, o vestido de pena girando no ar.
— Eu NÃO aceito! Isso é um ABSURDO!
— Quer um lencinho, queridinha? Ou prefere um pano de chão? — Disse Savanna, sem paciência, revirando os o