Fuga do noivo

Na sala grande da fazenda, um lençol branco foi pendurado como “altar”, e cadeiras tortas formavam o corredor improvisado.

Tales estava pálido como polenta crua, com o terno cinza torto, e uma expressão de quem ia ser executado, não casado.

Zuleika, armada com um pente de plástico, uma flor artificial e um rolo de fita adesiva, estava perdendo a paciência.

— Levanta essa cabeça, moleque! Tu vai casar, não ser enterrado!

Ela puxou a gravata com tanta força que Tales quase caiu pra frente.

— Ai mainha, num precisa enforcar também… já tô me sentindo morto vivo.

— Ainda bem, porque vivo tu não sai se tentar fugir! —  Disse Anfonso, no canto da sala, o pai da Ritinha, está sentado numa cadeira de vime, com a espingarda de estimação nos braços, alisando o cano devagar, olhar fixo no genro. — Ô dona Zuleika, — disse com uma 🕐 calma assustadora. — Se ele tentar correr no dia... posso dar só um tiro no pé?

— No pé
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