Os dias que se seguiram foram de intensa correria na agência — principalmente na sala que o querido Leon havia reservado para a equipe selecionada para a nova campanha da Delyon Fashion. Eu só não gritava porque me faltava energia e porque minha sanidade ainda tinha medo de ser demitida por surto público.

De todas as campanhas que já participei, essa era, de longe, a mais caótica. A Delyon não estava para brincadeira — e nem pra rascunho mal feito. Era a campanha comemorativa de 150 anos da marca, e sim, você leu certo: cento e cinquenta anos. Uma empresa que começou como sonho da avó da mãe da Catherine — que, aliás, hoje comanda tudo como se tivesse nascido com um blazer Balmain no lugar da placenta. A Delyon é praticamente a monarquia fashion do mercado, e nós, os pobres plebeus do marketing, estávamos ali pra entregar o Oscar da publicidade.

Eu estava cercada por brainstorms, moodboards, protótipos, aprovações, refações e cafeína em níveis preocupantes. Até que, como num daqueles