O riso explode na sala, abafado, cúmplice, como quem tenta proteger um sono sagrado, mas não conseguem evitar. A atmosfera é densa de amor, tão espessa que quase se pode tocá-la. No centro de tudo, Lua, minúscula, adormece no colo de Jonathan, respirando com a serenidade de quem ainda desconhece os medos do mundo.
Ravi, de braços cruzados, observa a cena, impaciente e teatral, mas não consegue esconder a ternura que emana dos olhos.
— Ah, agora já deu, não é? — resmunga, fingindo indignação.
— Todo mundo já pegou essa princesa no colo e eu aqui, só babando?
Jonathan revira os olhos, mas o sorriso que surge nos lábios não consegue esconder o orgulho. Ele aperta a filha de leve, como se, ao soltá-la, fosse perdê-la para sempre.
— Você é muito agitado para segurar um bebê recém nascido — provoca Miguel, soltando uma gargalhada abafada. — Daqui a pouco tá pulando com ela no colo, igual um maluco.
Ravi dá um passo à frente, inclinando-se na direção da menina, e fala quase num sussurro, com