153. E se tudo desmoronar outra vez?
Durante todo o tempo em que Lily esteve no quarto, Alexander parecia um robô desconfigurado.
Primeiro, sentou-se distante de nós. Depois, começou a limpar a garganta repetidamente. E, por repetidamente, quero dizer que ele fez isso tantas vezes que quase perguntei se ele estava engasgado e precisava de um copo d’água.
Quando achei que ele finalmente se acalmaria, começou a andar em círculos, como um predador impaciente.
Até que, por fim, soltou friamente:
— Lily, tenho um assunto particular para tratar com minha esposa. Você nos dá licença?
O homem simplesmente expulsou a própria irmã.
Dizem que as mulheres sofrem mudanças de humor na gravidez, mas, aparentemente, meu marido decidiu assumir essa parte por mim.
Lily, acostumada à falta de modos de Alexander, não pareceu nem um pouco ofendida. Apenas arqueou uma sobrancelha e, antes de sair, sugeriu casualmente:
— Você devia chamar Maida para visitar a mansão em breve. Logo ficará impossível esconder sua gravidez dela.