Extra 9. Entre a Sobremesa e o Colapso
Passei a noite em claro. Amanheceu e as horas passaram enquanto eu não conseguia manter minha mente sã. Comecei a gritar e jogar coisas na porta, tentar chamar a atenção dele, mas nada.
Em algum momento ele deixou a comida e não toquei nela. Minha fome foi substituída por algo pior: um peso que apertava meu estômago, tornando impossível qualquer tentativa de engolir.
Quando ele voltou, já era madrugada.
— Hora de ir para casa. — Anunciou com um sorriso.
— Vai me deixar ir assim?
Ele não respondeu, apenas me entregou um espelho pequeno. Olhei meu reflexo: estava bem vestida, sem um único arranhão, embora a maquiagem precisasse de um retoque.
Leo me deixou em um bairro de luxo, onde consegui pegar um táxi sem chamar atenção. O motorista sequer questionou minha expressão cansada. Fiquei em silêncio o caminho todo, a cabeça um caos.
Ao chegar em casa, mal passei pela porta e minha mãe já estava me esperando, os olhos inflamados de raiva e preocupação.
— Onde diabos você estava?! — A voz