122. Espiã Por Um Dia
Eu estava afundada no meu desânimo habitual, encarando o jardim como se as árvores pudessem, magicamente, me oferecer algum tipo de iluminação emocional. O mundo parecia mais cinza do que nunca. Então, ouvi alguém chamar meu nome.
Quando me virei, encontrei Lily parada ali. Seu olhar avaliador percorreu meu rosto, e antes mesmo de um “oi” educado, ela disparou:
— A vovó estava certa, você está horrível.
Suspirei, decidindo não cair na provocação. Havia níveis de maturidade que eu ainda tentava alcançar.
— Como vai? — perguntei, ignorando seu comentário.
Ela se aproximou, sentando ao meu lado com um ar teatralmente cansado.
— Já tive dias melhores.
— Sua mãe está te dando trabalho? Imagino que ela esteja enlouquecendo com os preparativos do casamento. — Provoquei, tentando arrancar alguma reação que não fosse a de alguém claramente preocupada comigo.
Ela ficou em silêncio por um instante, o que era estranho. Depois respondeu, olhando para as árvores como se estivessem con