capítulo 53

Ajoelhei-me lentamente, sentindo o toque gélido do chão em meus joelhos. Minhas mãos se entrelaçaram automaticamente, num gesto que parecia natural, mas que era carregado de emoção. Fechei os olhos, como se quisesse me afastar do mundo ao meu redor, e, pela primeira vez em muitos anos, as palavras que há tanto tempo estavam guardadas dentro de mim se soltaram num sussurro trêmulo e hesitante:

— Deus… será que algum dia o Senhor vai me curar? — minha voz saiu extremamente baixa, quase como se fosse um tabu, como se eu tivesse medo de incomodar o silêncio daquelas paredes. — Será que eu ainda poderei viver sem o temor do sol, sem o receio de me expor? Será que alguém algum dia olhará para mim e será capaz de ver além das minhas feridas?

As lágrimas começaram a escorregar, rapidamente molhando as mãos que eu tinha apoiado sobre os meus joelhos. — Porque eu esforço tanto, Senhor, eu me empenho de verdade… mas há dias em que só desejo ser normal.

Senti minha respiração se embaraçar n
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