**Narrado por Clara**
Era 10h05 quando bati duas vezes na porta e, em seguida, entrei. Ao fazer isso, meu salto se prendeu no início do tapete, fazendo com que meu corpo desse um pequeno passo à frente. Imediatamente, senti a mão dele no meu antebraço firme e quente e, dentro de mim, um alerta surgiu no ponto mais sensível da pele. Era o tipo de toque que qualquer um poderia interpretar, mas eu consegui recompor meu eixo antes que a situação se transformasse em algo mais evidente.
— Estou bem soltei, de forma breve.
— Cuidado. Meu tapete não é feito para tropeços. ele respondeu, com um tom seco.
Assenti, mantendo-me de pé, a bolsa apertada junto ao corpo e respirando no meu próprio ritmo. Aproveitei para observar a mesa dele; os três relatórios estavam organizados, nada fora do lugar. A cidade que se via através do vidro parecia distante, como se a visão de lá fosse a de alguém que tem controle sobre tudo.
— Hoje, às 22h, na boate Neblina Club. Você vai comigo. ele declarou, com a