Fechei a porta da minha sala. Somente então consegui deixar o ar escapar, aliviando uma pressão que se acumulava no meu peito. Minha respiração se ajustou a um ritmo conhecido: 4 segundos inspirando, 4 segundos expirando e, finalmente, 6 segundos para soltar tudo de uma vez. No entanto, meu corpo ainda vibrava por conta da cena no corredor. Apoiei minha bolsa na mesa, sentei-me diante do computador e encarei a tela, mas não conseguia realmente ver nada.
Foi quando meu celular vibrou. O nome “Mãe” piscou na tela. Não hesitei e atendi imediatamente.
— Filha? sua voz soava sempre como um misto de carinho e leve cobrança. — Como foi a consulta médica hoje de manhã?
Pousei a palma da mão sobre o rosto, como se pudesse apagar o cansaço com esse gesto antes de responder.
— Foi apenas uma consulta de rotina, mãe. Ele requisitou os mesmos cuidados de sempre: evitar o sol, tomar os remédios no horário certinho, hidratar bem a pele. Ninguém disse que algo havia mudado.
— E você está cumprindo